domingo, 7 de setembro de 2008

É hora de fingir:


A sensação que me domina é a de que sou um rascunho, me sinto inexperientemente inacabada ainda no inicio da vida, quero fazer tudo: música, livros, filmes, peças, ganhar algum dinheiro, viver o presente, esquecer o passado, melhorar o futuro, quero me mudar pra Paris, morar no Hawaii, voltar pra Londres de vez em quando, tomar uns tecos, gargalhar muito, e ignorar meus devaneios líricos, enlouquecedores, quero esquecer dos outros e correr por aí, sempre apressadíssima, Sim essa é a minha decisão de viver rápido e morrer cedo, já tive a visão de como as coisas são por aqui quando você se importa, quando você sente muito, agora terei um pouco de diversão, sim é esmagador eu sei, mas o que posso fazer? Arranjar um emprego medíocre num escritório onde passaria o resto da vida acordando cedo para ir trabalhar? -nada disso, vivo numa geração destinada a fingir mas não faço parte dela, sinto saudades da infância, dos parques, da casa dos amigos, sentirei saudade do conforto da minha mãe, do meu pai, dos meus irmãos, da minha casa, do cachorro que nunca tive, de cada aborrecimento, da liberdade, do peso do mundo, e até o tempo gasto sozinha me fará falta, mas não cederei a minha geração, não há nada que possa fazer, o amor deve ser esquecido, a vida sempre pode recomeçar de uma nova maneira, mil vezes melhor que a anterior, e eu acredito em reencarnação, então seguirei em frente: lavando toda a sujeira desta vida imunda que víví até agora, deixe que os outros finjam, eu não, eu fujo.

(Escute MGMT, assista skins, e viva, vá entender o que digo.)