segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ensaio para uma despedida ou algo sobre dizer adeus;

Meu talento para despedidas é diminuto, não sei ir embora, as vezes penso que há de ser esse o motivo de tanto sofrimento ao longo da vida, as pessoas simplismente vão embora, elas sempre vão, isso porque eu nunca vou , não sei deixar, sou deixada sempre, quase sempre de maneira inesperada, e isso dói, sou aquela garota ruiva de Clarice em eterno desencontro com seu Basset, sua outra metade no mundo, que sempre vai embora, como tudo é ciclo, (e este não foi quebrado até hoje), eu tenho medo , medo de que você saia numa manhã azul pra comprar cigarros e não volte nunca mais, de que um dia desses você acorde, arrume as malas, e se retire da minha vida, com ou sem despedidas, não quero que isso aconteça, não posso te perder para tal fatalismo mediocre, somos maiores que isso, você e eu, somos um, fique mais, porque não sei dizer tchau.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Eu acredito na vida como presente, nas pessoas como seres bons, a fé me escapa as vezes, mas na verdade eu acredito, e gosto disso, o vaivem da vida é infinito, assim como as possibilidades, o tudo e o nada ao mesmo tempo sempre, aquela vontade incessante de escrever e contar histórias, fazer planos e mais planos, criar cada dia mais, quase sempre pra sustentar o peso desta alma leve que possuo, quero mesmo é ser livre, tenho medo de odiar, nunca soube desaprovar nem recusar, eu sou da tribo do abraço, afagos na alma, há de se perseguir os sonhos e ser humilde com as vitórias, é preciso dar vazão aos sentimentos, é preciso respeitar o tempo, acima de tudo há de se amar a vida, e tudo que ela envolve, mesmo o sofrimento tem serventia, a existência, como coisa única, incomparável, pare um pouco e perceba as maravilhas em você, ao seu redor, bom mesmo é estar vivo, a vida apenas, sem mistificação.

Curtinho;

Juliana se apaixonou por Mauro cedo demais, aos 17 anos não pensava em outra coisa, não respirava outros ares, nem experimentava outros sabores, a ideia do infinito pesava sobre sua cabeça, linda, plausível, era realmente um prazer fazer planos, realizar sonhos, Mauro era assim como um par perfeito, não havia no mundo dois amantes como eles, a sua historia seria contada no futuro para explicar as pessoas como o amor pode dar certo, como dois seres humanos podem se completar por inteiro, Juliana tinha 17 anos, o mundo nas mãos, e sabia disso.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Pouca metafísica;

Escrever um pouco para matar o tempo. escrever sobre sonhos, o ballet da utopia nunca para, escrever verdades, escrever medos, numa tentativa frustrada de acabar com eles, palavras são armas, nem sempre brancas, todo discurso tem seu valor, por mais que o dono dele não tenha valor algum, contradições caem bem em prosa, odeio discutir, possuo aquilo que se chama preguiça, dotada de fraco poder de argumentação, é a vida, escrevo porque sim, mesmo quanto tudo está tão bem que não tenho sequer o que dizer, (como agora), porque as palavras só parecem fluir nas horas difíceis, nas horas doídas, quando é preciso me defender ou me esquivar, os dias tem dispensado as palavras, silêncio...este sim toma conta do meu mundo, já que tudo que eu quero, tudo que eu preciso, está em meus braços, ao alcance das mãos, o verbo é desnecessário, ele pode estragar a vida.