terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Diálogo do ano que termina:


Aquela história de 'eu e eu mesma', debatendo o bom e velho clima de fim de ano

- Tá ouvindo?
- O quê?
- A música que vem lá de baixo, da loja de brinquedos.
- E precisa?
- Falei pra incomodar, sei que não te agrada essa história de jingle bell.
- Não é bem isso.
- É o que então?
- ...
- Fala!
- Só acho final de ano uma coisa muito hipócrita, falsa mesmo.
- Mas adora comer as bolachinhas de melado!
- Só se forem cobertas com glacê!
- E no mais?
- No mais todo mundo vive de um jeito que não existe. Com aquelas mensagens de amor e paz e blá blá blá na tevê. Ou tu acha mesmo que “hoje é um novo dia de um novo tempo que começou”?
- Ah! Mas a campanha desse ano tá bem bonita!
- É mesmo, também gostei. Só que se a gente pensar bem, é tudo utopia. A única grande mudança do ano novo é o último dígito que a gente escreve no cheque e normalmente se confunde nos primeiros dias, põe o do ano anterior, perde a folha, começa tudo de novo…
- Quase nem se preenche mais cheque hoje em dia!
- meio velha.
- E tu nem deveria ligar pra isso, eu sei que tu usa cartão.
- Mas claro que não é só o cheque! Não sei bem explicar, mas não gosto dessa coisa de que, porque é dezembro, tudo vira retrospectiva, balanço, reflexão, nem da falsa esperança de que só porque volta a aparecer janeiro na folhinha tudo vai ser diferente. Todos os sonhos, os desejos, os propósitos…
- Qual o problema em sonhar?
- O problema não é ter sonhos e planos, o problema é de uma maneira ou outra depositar isso tudo no próximo calendário. Não entendo por que não se pode desejar coisas boas assim, de hoje pra amanhã, ainda que seja junho, ainda que seja dia 27, ainda que não tenha feriado, ou ceia, ou fogos, ou mandingas
- Talvez a graça seja essa mesmo. É uma hora em que todo mundo pára e se concentra em boas coisas.
- Mesmo assim eu acho errado. Não gosto porque é fingido.
- Por quê?
- Olha isso que eu acabei de receber “amigo, agora é preciso viver o sonho e a certeza de que tudo vai mudar…” assinado, fulana de tal. Primeiro, fulana nem me conhece.
- É, formalidades de trabalho. Tu sabe como é...
- Segundo, desejar coisas boas por formalidade é patético. E depois, por que raios agora tudo vai mudar? Não vai só porque é um dia depois do outro. Não vai só porque alguém pula tantas ondas ou veste uma calcinha vermelha. Não vai!
- Acho que tu tá muito amarga e desacreditada.
- Só porque eu acho bobagem essa coisa de “ano que vem eu vou isso ou aquilo”?
- É bom ter esperanças!
- Sejamos honestas! Em seis de janeiro do ano que vem, no máximo, eu não vou nem lembrar mais de isso ou aquilo! Vou estar me lixando se teu ano vai ser próspero ou se tua noite do último vinte e quatro foi mesmo feliz.
- Amarga e descreditada.
- Eu só não sou boba.
- ...
- ...
- Tudo bem, mudemos de assunto.
- ...
- Não era esse o texto, ?
- Não, era outro.
- E tu mudou por quê? Só pra poder falar de ano novo! Tá vendo como tu dá importância pra isso?
- Isso é pra irritar, não é?
- Desculpa.
- ..
- Não falo mais em festas de fim de ano, prometo.
- Tá.
- ...
- ..
- ...
- ...
- ...
- Ei, tem papel e caneta aí?
- Tem. Por quê?
- Escreve uma coisa então! Vou ditar.
- Fala!
- Propósitos para dois mil e seis, dois pontos… tentar ser menos amarga. Pula uma linha. Acreditar mais nas coisas e nas pessoas.
- Posso pular outra linha e escrever “ser mais tolerante”?
- Bem… acho que pode. Se parece bom, sempre dá pra tentar.
**
Não liguem para como eu uso o pronome na segunda pessoa e o verbo na terceira, não é erro, é vício de linguagem. Cá entre nós, vocês têm mais o que fazer além de ficar reparando nos meus verbos e pronomes, eu sei. Como suas listas de sonhos e desejos e planos pro ano que já vem.
E sejamos felizes. Não porque eu estou desejando ou porque cantam nos jingles da televisão. Mas porque é a melhor maneira de fazer as coisas. E ponto.

(um feliz 2009 pra ocês. :D)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Era tudo que eu queria;

Eu queria passar o resto da vida pensando, falando, escrevendo você e eu, queria respirar pra sempre o mesmo ar, juntos, fazer valer a pena, cada fio de cabelo, cada célula do meu corpo, tudo teu, tudo, todo o sentimento que já pude sentir, queria passar o resto da vida te olhando dar sentido as coisas, e levando o sentido de todas as coisas na hora de ir embora, eterno paradoxo, você é infinito, "escravos cardíacos das estrelas" nós somos tão bons quanto nossos sonhos, tão grandes quanto nossas verdades, nós somos um, sabe; eu demorei uma vida pra te encontrar, não vou te perder pra fantasmas, nem pro tempo, nem pros vícios, nem pro medo, não vou te perder, porque não é simplesmente amor, é muito mais que isso, amor é pouco, muito pouco, me leva pra longe daqui, pra perto de você, que é o meu lugar.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Porque amor de verdade deve ser isso; no começo você me tirava a fome, o sono, agora eu quero dormir e comer ao seu lado todos os dias, no começo você me dava medo, agora você me tira todos eles, e não, eu não tenho mais vergonha, nunca me senti tão livre, leve, nunca estive tão feliz, é, você me faz feliz, mas do que eu pensei que fosse possivel alguém fazer outro alguém, é uma carga de bons sentimentos tamanha que já não sei o que fazer com tanto amor, só sei que sinto, só sei que agradeço; obrigada pela nossa história, pela vida que estamos construindo juntos, e é linda, obrigada pela paz, pelos planos, por cada minuto do teu tempo, por ser assim, tão parte de mim como és, por estender a tua mente a minha, as tuas mãos as minhas, obrigada, é o maior amor do mundo, eu sei, é único, e eu estou disposta a me apaixonar por você completamente, todos os dias, para o resto da minha vida, como tem sido desdo o começo, e como deve ser, até o fim, (que no nosso caso não existe), meu amor.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Nós vamos falar sobre o que?


Sobre todos os dias inquietos, dias de calor infernal e de batucar em mesas e estantes.

Dias iguais, diferentes, dias de céu azul, dias que só acontecem aqui no sul, dias de quem não tem tempo pra pensar, dias pra achar desculpas, pra fazer pratos gelados de doce para após o jantar.

Sobre todos os dias que encontramos as desculpas mais absurdas apenas pra justificar nossa falta de vontade, nosso fraquejar. Sobre as músicas que ouvíamos e deixamos de ouvir, sobre a rádio que cansamos de sintonizar, sobre as pessoas que deixamos de amar, sobre os passos que poderíamos ter dado e não demos. Sobre o fim de tudo, os princípios que existem desde que o mundo é mundo, sobre a camisa mal passada, sobre contar o que sonhamos á noite pra alguém que sempre estará ali pra escutar.

Sobre banho de mar.

E também sobre os domingos de sol, comer fruta embaixo de árvore e sentir formiga beliscando a bunda, sobre feridas que cicatrizam, pois elas sempre cicatrizam. Sobre provas que tinham semblante de piores do mundo, sobre deitar no chão do quarto com a luz desligada e esperar o tempo passar. Sobre os perfumes característicos das épocas, sobre presentes que comprávamos quando o dinheiro era fácil, sobre beijos escondidos e amores platônicos que seriam pra vida toda até o próximo amor.

Sobre velhos amigos, sobre filmes que todos viram – menos você, sobre como pessoas significam mesmo através dos anos, sobre o primeiro fio de cabelo branco, sobre credibilidade e a possibilidade de esgotamento desta, sobre listas de supermercado, festas de fim de ano, futebol.

Sobre Brasil, London, Amsterdam, NY. Sobre o que está longe, o que está perto, o que desejamos, o que perdemos, o que nunca ganharemos, o que sonhamos, o que comemos, o que sangramos, o que acreditamos.

Sobre nós.

O futuro, o ontem. O que se passa e o que jamais irá acontecer. O que planejamos.

Sobre o que lembramos, sobre a vida.


(é eu te amo)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sobre a autora:


Analisando a minha breve porém consistente existência, eu digo que sou clichê, e subproduto, sou mero resultado da soma de várias influências, e que também influencio, sou viciada e viciante, constante inconstancia, e a mais independente das dependências, menina-mulher, apaixonante e apaixonada, não quero viver de ódio nem morrer de amor, sou sincera, e pura, quando me convêm, amo minha família na qual incluo meus amigos, os de verdade aquela família que me permiti escolher, faço a minha arte nela morro e renasço ao mesmo tempo todos os dias, e sobre todas as coisas eu amo, amor incondicional daqueles que falam os poetas e gritam os apaixonados, que hipnotizam os adolescentes e que fazem sorrir os velhinhos, amor a vida, e a tudo que veio com ela alêm disso não me preocupo muito com o futuro, sei que um dia ele chega, e junto com ele todas as outras coisas, não reclamo demais, isso só envelhece, dou pelo menos um sorriso sincero por dia, pra esquecer as maldades do mundo e lavar minha alma, gosto de conversas longas, e interessantes, de filmes e de histórias fortes, de musicas que falam de realidade, eu sou chocolatra e amo tudo que vem da Itália, eu espero demais das pessoas e vivo me ferrando por isso, mas prefiro assim, do que ficar indiferente e não sentir, sou de carne e osso, pelo, pele e nervos, sou animal, e sigo meus instintos, até demais as vezes, odeio comida muito quente e gente muito fria, amo viajar mais o melhor mesmo é voltar pra casa, pro colo da minha mãe, e pro café da minha avó, o tempo me convenceu de que as pequenas coisas fazem a diferença e eu guardo tudo que posso na memória só pra poder rir sozinha antes de dormir, existem pessoas inesquecíveis, e gente que merece ser esquecida, cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é, algumas pessoas não gostam de mim, eu não me incomodo com isso, não é possível agradar a todos, alguns são para poucos e bons. Por fim esta aí um pouquinho de mim, essa doce burguesinha da zona sul, que pode não saber o que quer mas sabe muito bem o que não quer, (e portanto não perde tempo).


eu sou da geração do disbunde,e da tribo do abraço. ;)

(Texto de 2006, válido até hoje)

Dezembro;

Estamos aqui no magnifico último mês do ano, garanto que uma das melhores histórias do mês envolve o primeiro dia dele, eu não estava em casa quando amanheceu, hoje eu fui dormir depois do nascer do sol, e tive uma noite daquelas, com gosto, cheiro, uma noite que ficou eternizada na mente, eu poderia tocar cada momento, as palavras jamais relatariam os fatos, devida complexidade, beleza, e raridade como foram ocorridos, fato é que a vida é muito mais que nós, reles seres humanos que respiram e existem, o acaso está aí para provar que nada é por acaso, e eu estou aqui, para provar que a felicidade existe, agora ele está junto a mim e eu vou guia-lo pelos meus caminhos ,seguiremos juntos, dois em um, respirando, pois respirar é muito importante.