segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Causa mortis:


Carrego no peito a agustia de uma geração vazia, sem ritmo e sem rumo, desvairada, entupida de duvidas até o talo,não temos objetivo realmente valioso, nos falta motivo, razão, nos falta amanhã, geração suicida, sem esperança, nem fé, trago comigo a dor do dia-a-dia, o cotidiano me massacra a cada terça-feira modorrenta, medo do futuro, geração perdida, sem destino, geração prozac, sem porque ou pra que, acho que o que nos define mesmo é o nada, é que quando se tem tudo pode se perder tudo, as opções foram tantas que acabamos sem opção, overdose geral de informação, deu pani no sistema falho que nos pariu, filhos da desgraça ou da falta dela, muitos sonhos, poucas realizações, geração vendida, consumista, que só sabe vender e consumir, geração de mentiras sinceras, onde mais vale um na mão que dois voando, o normal aqui é ser triste, regular aqui é estar doente, geração sem par, nosso carater foi comprado por um preço tão baixo quanto nossos ideais que nunca existiram, e haja falsos intelectuais devoradores de orelha de livro pra falar e escrever besteira, geração de artistas falídos, porque a dor agora faz parte da realidade então todo mundo é sensível, e sentir gera arte, então todo mundo é artista, aí a arte não vale nada, geração parnasiana do maldito culto a forma, você também faz p(arte), não se isente, não se iluda, respire a cada momento o ar imundo, admire o caos, as mazelas, e tudo que o homem inventou pra acabar aqui, acabado.

(A cada dia essa geração morre e mata um pouco mais.)

Nenhum comentário: