sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Adaptando:

Vejo-me aqui agora, só aqui, parada e sem palavras, que o passado é o passado, o presente uma abstração, e o futuro se encurta, que pouco para mim será, contrita chego ao presente, tridimensionada e não dividida, fazendo o que penso que que sei ou que nunca saberei, que as palavras me atropelam e as idéias não me acodem, e quem sabe nunca me acudiram, na fragilidade dos rabiscos. Apesar e apesar em pertinância doída, vou rezando tempo em fora (...) Não espero o fim da caminhada, que meu tripé se plantou fundo â espera de outras dádivas que você há de me dar. O tempo já passou muito ao longo de minha vida, mas sempre há uma luz no túnel para o tempo â minha frente. (...) Poderá ser que sim, poderá ser que não. O futuro tão encurtado terá o que dizer ou não dirá mais nada.

(Caio Porfírio Carneiro; adaptado)

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