sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Cold turkey endorphins; Waterworks, Inc.

Quase todos os dias eu consigo manter a cabeça acima d’água. a grande dierença é quando entre um gole no refrigerante (light, sou gorda) e um “acho que quero mais batatas”, inundando vêm e derrubam todos os castelinhos de areia que você tinha construído, a começar pelos calabouços, repletos de pesadelos que serviam de uma base pro castelo. irônico, um tanto, mas nada mais forte que medos para sustentar o peso do castelinho em suas rotinas. dentro das rotinas começam a surgir as torres. sonhos que parecem não estar presos à constituição térrea do castelo e querem chegar no céu. claro que toda torre tem sua princesa solitária, guardando um armário cheio de vestidos empoeirados. antes do dilúvio, a princesa tinha aberto o armário, lavado os vestidos, jogado fora aqueles que estavam cheios de traças.

ela estava quase disposta a usar um deles de novo. um daqueles vestidos tão cheios de uma essência que lhes transfere vida própria. um daqueles vestidos que você só pode usar sabendo que pessoas vão te comprimentar e querer saber da sua família. mas aí tudo veio por agua abaixo, né?

e tem sido assim desde que a gente lembra. vez ou outra aparece algum espertalhão perguntando porquê não constroem os castelos longe da água, ou até porque não seguram os portões da represa.

é que aqui em casa a gente gosta de ter o copo sempre cheio. não tem muito sentido em perpetuar essa metáfora muito mais, porque chover no molhado é apelido à essa altura do campeonato (ha.) mas sabe, não aguento ter que fingir sorrisos, rir de piadas sem graça e dar voltas bêbadas e sem muita coordenação às 4 da manhã.

eu preciso rir até meu estômago doer, sorrir até com os cabelos, porque a alegria é demais pra ser contida, gargalhar gritando a tarde inteira, porque todo o resto do mundo está trabalhando. mas aí tem horas que tudo isso é demais, e desaba. e só isso eu quis dizer. que estou ciente do que faço, e faço por escolha. eu podia me ‘curar’ e ser uma pessoa morna e seca. só não quero. obrigada.

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